Revolta da Chibata







Revolta da Chibata ocorreu durante o governo de Hermes da Fonseca, em 1910. Foi um levante de cunho social, realizado em subdivisões da Marinha, sediadas no Rio de Janeiro. O objetivo era por fim às punições físicas a que eram submetidos os marinheiros, como as chicotadas, o uso da santa-luzia e o aprisionamento em celas destinadas ao isolamento. Os marinheiros requeriam também uma alimentação mais saudável e que fosse colocada em prática a lei de reajuste de seus honorários, já votada pelo Congresso. De todos os pedidos requeridos, o que mais afligia os marujos eram os constantes castigos a que eram sujeitos. Esta situação revoltou os marinheiros, que eram obrigados, por seus comandantes, a assistir a todas as punições aplicadas, para que elas servissem de exemplo. Os soldados se juntavam e ao estampido de tambores traziam o rebelado, despido na parte de cima e com as mãos atadas, iniciando o castigo.









Militar gaúcho (1880-6/12/1969). É conhecido como o líder da Revolta da Chibata. João Cândido Felisberto nasce em Encruzilhada e alista-se na Marinha com 13 anos. Em novembro de 1910 serve como marinheiro no encouraçado Minas Gerais, que parte com destino ao Rio de Janeiro.
Durante a viagem, um de seus companheiros, Marcelino Rodrigues Menezes, recebe o castigo de 25 chibatadas por desacatar ordens superiores. Embora fosse regra da Marinha usar a chibata para esse tipo de infração, o episódio provoca indignação da tripulação e detona o movimento.

O comandante do Minas Gerais é morto pelos militares e os oficiais abandonam a embarcação. Tripulações de outros navios também se rebelam e ameaçam bombardear o Rio de Janeiro. Além da abolição dos castigos corporais, os marinheiros exigem aumento de salário e redução da jornada de trabalho e pedem também a anistia dos revoltosos, que estava em discussão no Congresso. A rebelião termina com o compromisso do governo de acabar com a chibata na Marinha.
Pouco tempo depois, a eclosão de um novo levante entre os marinheiros, agora no quartel da ilha das Cobras, no Rio de Janeiro, é reprimida pelas autoridades. Apesar de declarar-se contra a manifestação, João Cândido é expulso da Marinha, sob a acusação de ter favorecido os rebeldes. Morre no Rio de Janeiro aos 89 anos.




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